“Nunca mais a guerra! Nunca mais!” – foi o brado suplicante do Papa
Paulo VI em 4 de outubro de 1965 à Assembléia das Nações Unidas, acrescentando:
“Nunca mais uns contra os outros, nunca mais”. Papa Francisco retomou este
brado de paz, do qual se fez intérprete, lembrando que a “a humanidade é uma
única grande família sem distinções”. No Angelus do domingo, 1º de setembro, ele exclamou: “O
uso da violência nunca conduz à paz. Guerra chama mais guerra, violência chama
mais violência.” Foi nesse Angelus,
que o Papa reza da janela do Palácio Vaticano,
todos os domingos, ao meio-dia, com os fiéis na Praça de S. Pedro, que
ele convocou toda a cristandade e os homens de boa vontade do mundo inteiro
para no sábado seguinte, que era 7 de setembro, fazer um dia de jejum e de
oração pela paz na Síria.
Aos cristãos
ortodoxos da Igreja sírio-malancar, cuja delegação ele recebeu no dia 5 daquele
mês, o Papa Francisco convidou a juntos superar a cultura do confronto pela
cultura do encontro, unidos católicos e cristãos ortodoxos na oração pela
Síria.
No sábado, 7 de
setembro, unido a toda a Igreja naquele mesmo horário, o bispo de Roma concluiu
o dia de jejum e oração pela paz, com
uma celebração das 20 às 24 horas na Praça de São Pedro, com participação de cerca de 100 mil pessoas. Dois
jovens sírios, Amman e Ismael, com a bandeira de seu país, em nome de grande
número de muçulmanos, que participaram da celebração, afirmaram: “Estamos todos
aqui para agradecer ao Papa, que demonstrou compaixão pelo nosso povo e porque hoje estamos todos
unidos na oração pela paz”. Foram a oração e o jejum as armas indicadas pelo
Papa Francisco para afastar a violência e a guerra.
Espantam
os números do conflito que já provocou mais de cento e dez mil mortos,
numerosíssimos feridos e mais de seis milhões de deslocados e refugiados. As
fotos das crianças famintas, divulgadas pela imprensa, são de cortar o coração.
“Um ulterior agravamento da situação militar na Síria só teria tristes consequências
para aquela população já tão sofrida”, disse com amargura o Cardeal Robert
Sarah, presidente do Pontifício Conselho Cor Unum, enviado do Papa para visitar
pessoalmente os campos de refugiados no
Líbano e na Jordânia.
No esforço para evitar o pior, que seria uma
intervenção militar dos Estados Unidos ou das potências européias, o Papa Francisco
escreveu uma carta, datada de 4 de setembro,
ao presidente russo Vladimir Putin, que presidiu em São Petersburgo a
reunião do G20, as vinte maiores potências econômicas do mundo. “Os chefes dos
estados do G20 tomem consciência de que é inútil a pretensão de uma solução
militar na Síria” – advertiu o Pontífice. E acrescentou: “Infelizmente, os
demasiados conflitos armados que hoje afligem o mundo apresentam-nos, todos os
dias, uma dramática imagem de miséria, fome, doenças e morte. Com efeito, sem
paz não há qualquer tipo de desenvolvimento econômico. A violência nunca leva à
paz, condição necessária para esse desenvolvimento.”
São essas as expressões da solicitude pastoral do
Santo Padre, Pastor da Igreja de Cristo Jesus, pela paz no mundo e, agora, com
empenho especial pelo Oriente Médio e em particular pela Síria que vive no
momento uma história de dor e de morte.
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