quinta-feira, 3 de julho de 2014

O Papa pela paz

“Nunca mais a guerra! Nunca mais!” – foi o brado suplicante do Papa Paulo VI em 4 de outubro de 1965 à  Assembléia das Nações Unidas, acrescentando: “Nunca mais uns contra os outros, nunca mais”. Papa Francisco retomou este brado de paz, do qual se fez intérprete, lembrando que a “a humanidade é uma única grande família sem distinções”. No Angelus  do domingo, 1º de setembro, ele exclamou: “O uso da violência nunca conduz à paz. Guerra chama mais guerra, violência chama mais violência.” Foi nesse Angelus, que o Papa reza da janela do Palácio Vaticano,  todos os domingos, ao meio-dia, com os fiéis na Praça de S. Pedro, que ele convocou toda a cristandade e os homens de boa vontade do mundo inteiro para no sábado seguinte, que era 7 de setembro, fazer um dia de jejum e de oração pela paz na Síria.
                Aos cristãos ortodoxos da Igreja sírio-malancar, cuja delegação ele recebeu no dia 5 daquele mês, o Papa Francisco convidou a juntos superar a cultura do confronto pela cultura do encontro, unidos católicos e cristãos ortodoxos na oração pela Síria.
                No sábado, 7 de setembro, unido a toda a Igreja naquele mesmo horário, o bispo de Roma concluiu o dia de  jejum e oração pela paz, com uma celebração das 20 às 24 horas na Praça de São Pedro, com  participação de cerca de 100 mil pessoas. Dois jovens sírios, Amman e Ismael, com a bandeira de seu país, em nome de grande número de muçulmanos, que participaram da celebração, afirmaram: “Estamos todos aqui para agradecer ao Papa, que demonstrou  compaixão  pelo nosso povo e porque hoje estamos todos unidos na oração pela paz”. Foram a oração e o jejum as armas indicadas pelo Papa Francisco para afastar a violência e a guerra.
                Espantam os números do conflito que já provocou mais de cento e dez mil mortos, numerosíssimos feridos e mais de seis milhões de deslocados e refugiados. As fotos das crianças famintas, divulgadas pela imprensa, são de cortar o coração. “Um ulterior agravamento da situação militar na Síria só teria tristes consequências para aquela população já tão sofrida”, disse com amargura o Cardeal Robert Sarah, presidente do Pontifício Conselho  Cor Unum, enviado do Papa para visitar pessoalmente os campos de refugiados  no Líbano e na Jordânia.
No esforço para evitar o pior, que seria uma intervenção militar dos Estados Unidos ou das potências européias, o Papa Francisco escreveu uma carta, datada de 4 de setembro,  ao presidente russo Vladimir Putin, que presidiu em São Petersburgo a reunião do G20, as vinte maiores potências econômicas do mundo. “Os chefes dos estados do G20 tomem consciência de que é inútil a pretensão de uma solução militar na Síria” – advertiu o Pontífice. E acrescentou: “Infelizmente, os demasiados conflitos armados que hoje afligem o mundo apresentam-nos, todos os dias, uma dramática imagem de miséria, fome, doenças e morte. Com efeito, sem paz não há qualquer tipo de desenvolvimento econômico. A violência nunca leva à paz, condição necessária para esse desenvolvimento.”

São essas as expressões da solicitude pastoral do Santo Padre, Pastor da Igreja de Cristo Jesus, pela paz no mundo e, agora, com empenho especial pelo Oriente Médio e em particular pela Síria que vive no momento uma história de dor e de morte.

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