sexta-feira, 18 de julho de 2014

LUTERO, O MONGE, O TEÓLOGO, O REFORMADOR - Palestra

LUTERO
O MONGE, O TEÓLOGO, O REFORMADOR



1.      INTRODUÇÃO – O artigo de J.L.Delgado no Jornal do Commercio:
               Três lições da Reforma Protestante:
a)      A situação moral grave da Igreja de Roma – Por dois séculos, ouviu-se o brado: “Reforma na cabeça e nos membros!” –
Os 3 Papas anteriores a Lutero:
      Alexandre VI (1492-1503) – antes de ser papa, péssimos costumes morais – como papa, a divisão do Novo Mundo;
      Júlio II (1503-1513) – mais guerreiro, que pontífice, bom papa;
      Leão X  (1513-1521) – um Medici, grande cultor da Arte.
b)      A escalada das radicalizações entre os príncipes alemães e Roma:
“Gravamina nationis germanicae” e a rivalidade entre agostinianos e dominicanos.
c)      As palavras de Jesus: “As portas do inferno não prevalecerão sobre ela” (Mt 16, 18) .

2.      A complexa personalidade de Lutero (1483-1546) –
             Definição de um historiador sério e isento.
      
3.      Lutero, monge e teólogo –
            Sua vida: Nascimento - Batismo – Pai - Educação – Primeiros estudos Vocação – “Novo São Paulo” – Epilepsia - Sacerdote (1507) – Mestre em filosofia (1508)  - Visita a Roma (4 semanas em 1510)  - Escandalizou-se com as indulgências  - Não aceito nem prestigiado – Doutor em teologia (1512).
           



4.      Voltando de Roma, começa a fatal evolução de seu espírito.
Causas:
a)      muito trabalho intelectual e pouca oração;
b)      desprezo pelas normas disciplinares da vida religiosa e pela ascética;
c)      desconhecimento da teologia escolástica e desprezo por S.Tomás de Aquino
d)      orgulho e teimosia, com a convicção de que era chamado por Deus a realizar “grandes coisas” na Igreja.

5.      A pregação das indulgências de Leão X.
Dominicanos e não agostinianos – O dominicano João Etzel: abusos e desatinos pastorais e teológicos – O Papa lhe retira essa missão – Era tarde demais...

6.      Na véspera da festa de Todos os Santos de 1517, afixava na porta da Universidade de Witemberg suas 95 teses – (Marx, historiador alemão: análise de seu conteúdo).

7.      1518: Começa o processo em Roma – Não se retratou, exigia um Concílio a seu modo.
15 de junho de 1520: A bula de sua condenação “Exsurge Domine”, a ser executada pelos príncipes alemães. Ao contrário, deram-lhe um salvo-conduto.
10 de dezembro de 1520 – fogueira dos estudantes de Wittemberg  dos livros de Direito Canônico – Lutero queimou a bula de sua condenação.

8.      Neste ano, no retiro de Wartburg, escreve os livros que marcam sua definitiva separação da Igreja:
“O Papado em Roma”
“Discurso sobre o Novo Testamento”
“À nobreza cristã da nação germânica”
Ele dizia que ia abater “as muralhas do romanismo”: distinção entre clérigo e leigo – interpretação oficial da Bíblia – direito exclusivo do Papa de convocar um concílio ecumênico – o direito  canônico.
Era contra: o celibato clerical; o latim na liturgia; o cálice só para o ministro; os sete sacramentos (só Batismo, Ceia, Penitência).
Ensinava: “crede fortiter et pecca fortiter”.

9.      Escreveu ainda:
“Juizo sobre os votos monásticos “ – despovoou os conventos.
“Da abolição da missa privada”
“A Missa em alemão”


10.  Declínio:
- A revolta dos camponeses – sua dúplice posição
- Casa-se com a ex-freira Catarina de Bora – Seis filhos, ignorados pela história
- Desilusões: Calvino na Suiça, Henrique VIII na Inglaterra e o fato dos príncipes alemães se apossarem dos bens eclesiásticos, em nome das novas ideias.
 - No retiro de Wartburg, ele dizia que eram insinuações do demônio suas posições contra a Igreja de Roma.
       11. O Concílio de Trento – “in faucibus Germaniae”
            Em três períodos: 13 de dezembro de 1545 a 4 de dezembro de 1563
            Três Papas: Paulo III, Júlio III e Pio IV
Aclarou os dogmas da Igreja, reprimiu com energia os muitos abusos morais, desde a reforma da Cúria romana, os famosos “benefícios” de bispos e abades, a obrigação da residência. Realizou a verdadeira Reforma da Igreja.
Lutero escreveu: “O Papado de Roma, fundado pelo diabo.”

12.   Apreciação final:
1)      Lutero nunca aceitou sua terrível vocação de revolucionário.  Ver Miegge.
Alguns acham que a causa de sua revolta foi “sua orgulhosa e sofrida intolerância a qualquer contradição de suas ideias por parte de seus adversários. É o que ele próprio afirma no seu livro “De captivitate babilônica” sobre o Papado e as indulgências.
2)      O conhecimento adequado do ambiente histórico-teológico em que se movimentou o monge Lutero
a)      Diminui o aspecto de novidade de suas ideias teológicas
b)      Acentua os elementos patológicos de seu caráter, às vezes contraditório
c)      Distingue nele o que eram as exigências teológicas da Alemanha e o que era uma reta aspiração da renovação espiritual das formas de piedade da época;
d)      Por fim, faz notar os elementos estranhos que interferiram em sua obra de reformador.
3)      Unilateralmente, a História pode considerar Lutero:
        Ou um místico, avesso aos dogmas de teologia e expressão viva da alma germânica da época;
       Ou um simples destruidor da Igreja e da consciência dogmática!








FIM

Desiludido pelos rumos indesejados que tomou sua reforma, faleceu a 18 de fevereiro de 1546 e foi sepultado –ironia da História – na festa da Cátedra de São Pedro em Roma, 22 de fevereiro .




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