quinta-feira, 26 de junho de 2014

Os novos Herodes

              Conforme os melhores exegetas como Ricciotti (Vita di Gesù), as crianças assassinadas pelo ímpio  Herodes para eliminar o Menino Jesus, seu possível concorrente, não passaram de vinte e cinco, dada a população de Belém daquele tempo, e tendo em vista que os visados eram apenas as crianças de dois anos para baixo e só do sexo masculino. Número muito maior  do que este é o das crianças,  cada dia abortadas pelos novos Herodes, que são os médicos abortistas, que  satisfazem os mais fúteis motivos, como o incômodo de ter mais um filho. 
                Quero lembrar aqui a lei moral , que contempla o caso de um ato com duplo efeito: um bom, que é o visado, e um mau, que é tolerado, tendo em viConforme os melhores exegetas como Ricciotti (Vita di Gesù), as crianças assassinadas pelo ímpio  Herodes para eliminar o Menino Jesus, seu possível concorrente, não passaram de vinte e cinco, dada a população de Belém daquele tempo, e tendo em vista que os visados eram apenas as crianças de dois anos para baixo e só do sexo masculino. Número muito maior  do que este é o das crianças,  cada dia abortadas pelos novos Herodes, que são os médicos abortistas, que  satisfazem os mais fúteis motivos, como o incômodo de ter mais um filho. 
                Quero lembrar aqui a lei moral , que contempla o caso de um ato com duplo efeito: um bom, que é o visado, e um mau, que é tolerado, tendo em vista o efeito bom e necessário. É o caso, por exemplo, da mulher grávida, portadora de um tumor no útero. É lícito fazer uma intervenção cirúrgica, tendo em vista extirpar o tumor, mesmo que resulte dessa operação de forma indireta a morte do feto, não havendo outra possibilidade e tendo urgência de fazer a   operação.
                O boletim de janeiro deste ano da Associação Pró-vida, de Anápolis (Goiás), traz um caso  interessante. Uma senhora, de nome Sabrina, de 32 anos de idade, residente em Brasília, na quinta semana de gravidez, sentindo dores cada vez mais intensas no baixo ventre, submeteu-se a uma ecografia. O exame revelou gravidez dupla: um feto estava no útero normalmente e um outro achava-se na trompa, fora do lugar natural, que os médicos chamam gravidez ectópica. A médica que a atendeu em Brasília sugeriu que ela tomasse um remédio para abortar os dois fetos, evitando assim qualquer risco de uma ruptura tubária.
                “Cristã e temente a Deus, - informa  o boletim da Pró-Vida - Sabrina procurou a  orientação de Anápolis, recusando provocar o aborto dos dois fetos. Foi orientada por outro médico, que lhe asseverou que era possível que o embrião, que estava na trompa, parasse de crescer e morresse naturalmente. E foi o que aconteceu. Sabrina ficou em permanente observação e a dor depois de crescer um pouco, foi diminuindo até desaparecer completamente pela  16ª semana de gravidez. É que o feto fixado na trompa havia morrido  e fora naturalmente expulso do organismo da mãe.  No dia 23 de agosto de 2013, Sabrina deu à luz uma linda menina, a quem deu o nome de Maria Cecília. Ela se chama Maria, explicou a mãe feliz, porque eu a consagrei a Nossa Senhora desde o início”. Conclui o citado boletim: “O que aconteceu com a gravidez de Sabrina é muito comum. Em mais de 65% dos casos termina em aborto natural ou o embrião morre e é absorvido pelo organismo da mulher. Nenhuma intervenção cirúrgica é necessária.”
                Mas os novos Herodes estão aí de plantão para matar crianças inocentes...
 sta o efeito bom e necessário. É o caso, por exemplo, da mulher grávida, portadora de um tumor no útero. É lícito fazer uma intervenção cirúrgica, tendo em vista extirpar o tumor, mesmo que resulte dessa operação de forma indireta a morte do feto, não havendo outra possibilidade e tendo urgência de fazer a   operação.
                O boletim de janeiro deste ano da Associação Pró-vida, de Anápolis (Goiás), traz um caso  interessante. Uma senhora, de nome Sabrina, de 32 anos de idade, residente em Brasília, na quinta semana de gravidez, sentindo dores cada vez mais intensas no baixo ventre, submeteu-se a uma ecografia. O exame revelou gravidez dupla: um feto estava no útero normalmente e um outro achava-se na trompa, fora do lugar natural, que os médicos chamam gravidez ectópica. A médica que a atendeu em Brasília sugeriu que ela tomasse um remédio para abortar os dois fetos, evitando assim qualquer risco de uma ruptura tubária.
                “Cristã e temente a Deus, - informa  o boletim da Pró-Vida - Sabrina procurou a  orientação de Anápolis, recusando provocar o aborto dos dois fetos. Foi orientada por outro médico, que lhe asseverou que era possível que o embrião, que estava na trompa, parasse de crescer e morresse naturalmente. E foi o que aconteceu. Sabrina ficou em permanente observação e a dor depois de crescer um pouco, foi diminuindo até desaparecer completamente pela  16ª semana de gravidez. É que o feto fixado na trompa havia morrido  e fora naturalmente expulso do organismo da mãe.  No dia 23 de agosto de 2013, Sabrina deu à luz uma linda menina, a quem deu o nome de Maria Cecília. Ela se chama Maria, explicou a mãe feliz, porque eu a consagrei a Nossa Senhora desde o início”. Conclui o citado boletim: “O que aconteceu com a gravidez de Sabrina é muito comum. Em mais de 65% dos casos termina em aborto natural ou o embrião morre e é absorvido pelo organismo da mulher. Nenhuma intervenção cirúrgica é necessária.”
                Mas os novos Herodes estão aí de plantão para matar crianças inocentes...


Carnaval e Quaresma

A liturgia da Igreja fixa a maior festa litúrgica do ano, a Páscoa da Ressurreição do Senhor, no primeiro domingo após o plenilúnio (lua cheia) da primavera no hemisfério norte. Assim, cada  ano, a Páscoa pode ocorrer desde o domingo, 22 de março, até o domingo, 25 de abril. É mais de um mês de oscilação. Este ano, a quarta-feira de Cinzas será no dia 5 de março e a Páscoa, 20 de abril, porque há lua cheia no dia 15 de abril.
 A história da Igreja conheceu longa controvérsia sobre a fixação da festa da Páscoa, com diversidade de datas entre o Oriente e a praxe de Roma, seguida em todo o Ocidente. Após várias decisões conciliares e decretos papais, finalmente, só no início do século VIII, é que se chegou à unanimidade da data da Páscoa, como conhecemos hoje.
E agora, a pergunta: e que tem a ver isso com o Carnaval? Nada, absolutamente nada, devemos responder. Mas é que o Carnaval nasceu de uma festa, que os cristãos celebravam na chamada  Terça-feira  Gorda, com abundante refeição com carne, despedindo-se da carne – em latim “Carnis, vale!” – “Adeus, carne!”  Daí, o nome Carnaval. Isso porque, no dia seguinte, começavam  quarenta dias do rigoroso jejum, nos quais era absolutamente proibido o uso de carne nas refeições. Acontece que nem existe mais este jejum de 40 dias, nem os cristãos se despedem de comer carne; nem os que festejam o Carnaval – hoje com elementos das bacanais romanas – têm a ver com Quaresma e os que celebram a liturgia quaresmal, começada com a quarta-feira de Cinzas, pouco têm a ver com o Carnaval. Antes, muitos e sobretudo os jovens de vida cristã comprometida aproveitam esses três dias de feriado para retiro espiritual, com uma renovação e uma séria preparação para o santo tempo quaresmal, que leva à Semana Santa da Páscoa.
E então, por que a data do  Carnaval ficou  vinculada  à celebração litúrgica da Páscoa, com o início da Quaresma na quarta-feira de Cinzas? Não há explicação razoável possível. Trata-se de mera inércia histórica, dessas que ficam (“como sempre foi”...) porque ninguém tem coragem de mudar. Ainda bem, quando o Carnaval se limitava aos três dias, chamados de folia, e terminava rigorosamente na manhã da assim apelidada  “quarta-feira ingrata”, como diziam os foliões. Hoje, o que acontece em muitas capitais desse nosso Brasil carnavalesco é que o Carnaval dura quase um mês, invade a Quaresma, desde o desfile no Rio das escolas de samba vitoriosas até outras manifestações de folia durante o tempo, que os cristãos consideram sagrado.
Já tive oportunidade de propor em reunião da CNBB nacional um acordo com as entidades carnavalescas para  eliminação dessa esdrúxula e absurda vinculação do Carnaval com a Quaresma, hoje absolutamente sem sentido. Alguns anos atrás, o diretor cultural da Liga Independente das Escolas de Samba do Recife, Sr. Hiram Araújo, propôs,  em artigo do Jornal do  Commercio,  uma data fixa para os dias da folia. Ele dizia que “a idéia vem ganhando adeptos das agremiações carnavalescas, mas esbarra numa força superior: a Igreja Católica, que determinou, diz ele, o calendário da festa sempre 40 dias antes da Páscoa.” Como bispo, posso perguntar: “E o que a Igreja tem a ver com a data do Carnaval? Nada!”  De minha parte, acho que ela deveria ser em data fixa, como propõe  o Sr. Hiran, contanto que, respeitando o sentimento religioso de boa parte do povo brasileiro, não coincidisse com a Quaresma. O primeiro domingo de fevereiro, por exemplo, seria uma boa data. Para os organizadores da festa haveria a vantagem de saber sempre  com antecedência a data do Carnaval, sem precisar recorrer cada ano (vejam o absurdo!) ao calendário litúrgico da Igreja.

Espero que algum dia o bom senso prevaleça e se faça a separação entre a festa dos foliões e o santo tempo litúrgico da Quaresma, que nos leva à Páscoa do Senhor.

Os números deste pontificado

OS NÚMEROS DESTE PONTIFICADO
                Neste primeiro ano do pontificado de Papa Francisco são os seguintes os números  de seu trabalho apostólico: Foram 39 audiências gerais, das quartas-feira,com uma média de 50 mil peregrinos cada vez; 60 orações do Angelus para a praça de São Pedro; uma viagem internacional para o Brasil e três viagens dentro do território italiano. Foram154 discursos,  252 homilias, nove visitas pastorais a paróquias romanas. Acrescentem-se a estes números uma Encíclica, Lumen Fidei, uma exortação apostólica Evangelii Gaudium, 4 motus próprios, 40 mensagens pontifícias, 37 cartas apostólicas, um número incontável de ligações telefônicas em resposta às correspondências que ele recebe diariamente.
                Mais de 6,5 milhões de pessoas participaram de eventos com Papa Francisco em 2013 no Vaticano.


A festa dos quatro Papas

Realmente inédita, em toda a história de Igreja, a festa desse domingo, 27 de abril,  que reuniu na praça de S. Pedro, no Vaticano, o papa santo, emérito, Bento XVI e o Papa Francisco,  que presidiu a solenidade canônico-litúrgica da canonização de dois papas, João XXIII e João Paulo II.
João XXIII foi eleito Papa em 28 de outubro de 1958. Pela sua idade, 77 anos, dizia-se que era um papa de transição. E foi realmente de transição, não no sentido que se dava na época,  de “passageiro”, “transitório”. Nos cinco anos de seu pontificado, ele realizou a grande  transição da Igreja para os tempos modernos com incrível coragem, que surpreendeu o mundo, de realizar um Concílio ecumênico, o Vaticano II, que devia retomar o processo de atualização da Igreja, tentado já no Concílio Vaticano I, bruscamente  suspenso em 1870. O Vaticano II abriu a Igreja para o mundo moderno e iniciou diálogo com as outras religiões e modificou profundamente a liturgia, a oração da Igreja, adatando-a às várias culturas.
Angelo Roncalli - era seu nome de batismo - nasceu no vilarejo Sotto Il Monte, numa família de agricultores pobres. Com bolsa de estudos da diocese de Bérgamo, sua província natal, estudou em Roma no Pontifício Colégio Romano. Ordenado sacerdote, foi secretário do bispo, capelão militar na 1ª Guerra Mundial, núncio apostólico (representante do Papa) na Bulgária, Turquia, Grécia  e em Paris, sendo eleito depois patriarca de Veneza. Presidiu apenas a primeira sessão, de três meses, do Concílio Vaticano II, falecendo aos 3 de junho de 1963. Chamado o “Papa turco”, por seu trabalho diplomático na Oriente Médio, foi porém sobretudo o “Papa Bom”. A bondade foi  sua grande  característica, nas relações da Igreja com todos, protestantes, ortodoxos, judeus, anglicanos e shintoistas.
                Karol Wojtila, o primeiro polonês eleito Papa, é de todos nós conhecido, tendo visitado três vezes o nosso país.  Eleito papa em agosto de 1978, após o brevíssimo pontificado de 33 dias de João Paulo I, em sua homenagem  tomou o nome, até então inédito, de João Paulo.  Doutor em filosofia e teologia, era fluente em mais de dez idiomas. Seu pontificado, o segundo maior da história, caracterizou-se por uma incrível atividade apostólica, tendo visitado praticamente o mundo inteiro. Beatificou um número incalculável de candidatos às honras dos altares, canonizando mais santos do que todos os papas juntos, nesses últimos cinco séculos. No famoso encontro de Assis, criticado por muitos, ele estabeleceu diálogo verdadeiro e leal com as outras religiões.
                Na praça de São Pedro, em seus funerais, em 2 de abril de 2005, o povo pedia com muitos cartazes: SANTO SUBITO!  Santo logo!


Novo Pastor para a Igreja de Palmares

A diocese de Palmares-Pernambuco, criada em 1962, teve como seu primeiro bispo, Dom Acácio Rodrigues Alves. Sucedeu-lhe em 2000 Dom Genival Saraiva de França,  também eficiente e operoso Presidente do Regional Nordeste 2 da CNBB. Agora, em virtude do famigerado cânon 401 § 1º, por ter completado os fatídicos 75 anos de idade, deve deixar os dois cargos: a diocese e a presidência do Regional. É lógico e salta aos olhos de todos de bom senso que agora, sem o encargo da diocese, Dom Genival poderia dedicar-se melhor e em tempo integral ao Regional NE-2.
                O novo Pastor da Igreja que está em Palmares é o jovem e culto Dom Henrique Soares da Costa. Nascido em Penedo, AL, radicou-se em Maceió, onde cursou filosofia na Universidade Federal, concluindo o curso em 1984. Tive a alegria de recebê-lo no Seminário Arquidiocesano de Maceió e ordenando-o  diácono, enviá-lo ao  Colégio Pio Brasileiro de Roma. Lá, na Universidade Gregoriana, fez  brilhante curso de teologia, obtendo o mestrado com a tese “O princípio de comunhão na eclesiologia de Joseph Ratzinger”. Destaco aqui frase central deste lúcido trabalho teológico: “Sem dúvida, a de Ratzinger é uma eclesiologia eminentemente eucarística, inspirada na eclesiologia agostiniana e aprofundada na linha dos estudos de autores como Henri Lubac e Bernard Botte, podendo, sob este ponto de vista, dialogar com as eclesiologias de comunhão surgidas de modo tão marcante no pós-concílio. Trata-se, pois de uma visão de Igreja, fundamentalmente centrada no aspecto cristológico-sacramental, com uma fecunda vertente trinitária – enquanto no corpo pneumatificado  do Senhor, os cristãos tornam-se um só corpo num só Espírito, entrando assim em comunhão com o Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo.
                Tive a consolação de ordená-lo presbítero em 15 de agosto de 1992, tendo ele preferido  ser ordenado na sua terra por seu bispo, pai e amigo, do que pelo próprio Papa em Roma, como havia a oportunidade. Infelizmente, não me foi dado ordená-lo bispo em 2009, quando eu estava no arquipélago de Fernando de Noronha, como Delegado do Sr. Arcebispo Dom José Cardoso Sobrinho.
                Como presbítero da Igreja de Maceió, além de professor de teologia no Seminário e em outras instituições de ensino universitário, desenvolveu intensa atividade pastoral na Igreja do Livramento, no centro da cidade, promovendo além de cuidadosas celebrações litúrgicas - tinha sido Cerimoniário do Bispo - cursos de teologia para leigos e palestras preparatórias da Semana Santa no Colégio Sacramento.
                Está de parabéns Palmares. Feliz aquela diocese por receber como pastor um bispo teologicamente profundo, pastoralmente zeloso e solícito e corajoso na defesa da fé cristã e da Igreja de Cristo Senhor.


Bispos em Assembléia

De 30 de abril a 9 de maio último, realizou-se em Aparecida, SP, a cidade de Nossa Senhora, a 52ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil. É a instância superior e a expressão mais alta do que se chama, em termos eclesiais, a  colegialidade do episcopado brasileiro.
                Fidelidade à doutrina do Evangelho, visão clara dos novos problemas do mundo virtual de hoje e claro convite à necessária renovação da Igreja foram características, que marcaram vivamente esta reunião de cúpula dos Bispos do Brasil. Pequeno e pouco importante, mas significativo sinal dessa atualização de nossos bispos, foi que a grande maioria usou como livro de  orações, não o velho e clássico “breviário”, mas sim um tablet ou um smartphone.
                O tema central é do interesse particular de nossos padres: “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia”. O subtítulo é bem expressivo: “A conversão pastoral da paróquia.” Esse tema foi apresentado na Assembleia do ano passado e recebeu muitas emendas. Foi estudado e melhorado durante todo o ano de 2013 pelo Conselho Permanente da CNBB.  Na assembleia deste ano, após  sucessivas emendas, foi finalmente aprovado em sua quarta versão. Ele trata do que chama “a conversão pastoral da   paróquia”. Na conclusão,  diz “que os sujeitos da renovação paroquial precisam assumir sua condição de discípulos-missionários para que haja um novo ardor pela missão. A paróquia atual tem a tarefa de superar a postura burocrática e estática,  para fazer resplandecer a Igreja como Povo de Deus a caminho. ÉDe 30 de abril a 9 de maio último, realizou-se em Aparecida, SP, a cidade de Nossa Senhora, a 52ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil. É a instância superior e a expressão mais alta do que se chama, em termos eclesiais, a  colegialidade do episcopado brasileiro.
                Fidelidade à doutrina do Evangelho, visão clara dos novos problemas do mundo virtual de hoje e claro convite à necessária renovação da Igreja foram características, que marcaram vivamente esta reunião de cúpula dos Bispos do Brasil. Pequeno e pouco importante, mas significativo sinal dessa atualização de nossos bispos, foi que a grande maioria usou como livro de  orações, não o velho e clássico “breviário”, mas sim um tablet ou um smartphone.
                O tema central é do interesse particular de nossos padres: “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia”. O subtítulo é bem expressivo: “A conversão pastoral da paróquia.” Esse tema foi apresentado na Assembleia do ano passado e recebeu muitas emendas. Foi estudado e melhorado durante todo o ano de 2013 pelo Conselho Permanente da CNBB.  Na assembleia deste ano, após  sucessivas emendas, foi finalmente aprovado em sua quarta versão. Ele trata do que chama “a conversão pastoral da   paróquia”. Na conclusão,  diz “que os sujeitos da renovação paroquial precisam assumir sua condição de discípulos-missionários para que haja um novo ardor pela missão. A paróquia atual tem a tarefa de superar a postura burocrática e estática,  para fazer resplandecer a Igreja como Povo de Deus a caminho. É preciso que a comunidade seja viva, serviçal e aberta a todas as pessoas.” É um documento de 58 páginas, formato A4, que será de grande utilidade na renovação de nossas comunidades paroquiais para bispos, párocos e leigos engajados no serviço pastoral das paróquias. Será publicado brevemente na série dos Documentos azuis da CNBB.
Houve ainda outros documentos de especial interesse pastoral e de grande utilidade, não só para bispos e padres, mas para todos os que participam da  vida da Igreja  ou que, mesmo, não participando ativamente, interessam-se pela atuação da Igreja  em nossa pátria. Assim, com o subtítulo de “Tema prioritário”, tivemos o “Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade”; sobre a liturgia, “A graça e a arte de presidir”; um sobre a teologia no Brasil e um comentário da exortação apostólica do Papa Francisco “A alegria do Evangelho”. Temas sociais, tivemos três: “Análise da conjuntura” sobre a realidade brasileira, um sobre as próximas eleições e outro sobre a questão agrária neste início de século.
                O dia de retiro foi conduzido pelo Arcebispo Bruno Forte, da Itália, um dos maiores teólogos da atualidade. O tema geral foi: “Caminhando na fé”, com quatro reflexões sobre Abraão,”a  Virgem Maria, a crente, plasmada pela graça”, Pedro e o Apóstolo Paulo.
                A notícia que empolgou os 258 bispos da Assembleia foi que o Dom Fernando Saburido,  Arcebispo de Olinda e Recife, consultou os bispos do Regional Nordeste II da oportunidade de pedir à Santa Sé a abertura do processo diocesano de beatificação de Dom Hélder Câmara.
  preciso que a comunidade seja viva, serviçal e aberta a todas as pessoas.” É um documento de 58 páginas, formato A4, que será de grande utilidade na renovação de nossas comunidades paroquiais para bispos, párocos e leigos engajados no serviço pastoral das paróquias. Será publicado brevemente na série dos Documentos azuis da CNBB.
Houve ainda outros documentos de especial interesse pastoral e de grande utilidade, não só para bispos e padres, mas para todos os que participam da  vida da Igreja  ou que, mesmo, não participando ativamente, interessam-se pela atuação da Igreja  em nossa pátria. Assim, com o subtítulo de “Tema prioritário”, tivemos o “Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade”; sobre a liturgia, “A graça e a arte de presidir”; um sobre a teologia no Brasil e um comentário da exortação apostólica do Papa Francisco “A alegria do Evangelho”. Temas sociais, tivemos três: “Análise da conjuntura” sobre a realidade brasileira, um sobre as próximas eleições e outro sobre a questão agrária neste início de século.
                O dia de retiro foi conduzido pelo Arcebispo Bruno Forte, da Itália, um dos maiores teólogos da atualidade. O tema geral foi: “Caminhando na fé”, com quatro reflexões sobre Abraão,”a  Virgem Maria, a crente, plasmada pela graça”, Pedro e o Apóstolo Paulo.
                A notícia que empolgou os 258 bispos da Assembleia foi que o Dom Fernando Saburido,  Arcebispo de Olinda e Recife, consultou os bispos do Regional Nordeste II da oportunidade de pedir à Santa Sé a abertura do processo diocesano de beatificação de Dom Hélder Câmara.


Cremar ou doar ?

Há poucos dias atrás participei aqui no Recife da cerimônia fúnebre de um líder cristão, cuja vida foi toda dedicada à Igreja. Após a Santa Missa, a que presidi, um sacerdote fez a encomendação e, para admiração minha, ele anunciou que, em seguida, o corpo seria cremado no crematório daquele cemitério.
 Está ficando cada vez mais difícil encontrar espaço nos cemitérios públicos para os sepultamentos das pessoas queridas. Por isso, a solução, já tornada comum, tem sido a cremação. A Igreja, de início, fez certa objeção a esta prática, por interpretá-la contrária à verdade de fé da ressurreição da carne. Hoje ela reconhece a necessidade desse procedimento e não tem nada em contrário. Aliás, no ritual Nossa Páscoa, editado pela CNBB em 2003, encontra-se já o rito próprio para a encomendação no crematório.
Mas, além da cremação, há outra forma de destinação dos restos mortais de um falecido. È a doação do corpo, feita em cartório, pela própria pessoa, para ser doado, logo após a morte, para uma escola de medicina para  estudo da anatomia humana. No Brasil, há uma falta enorme nas escolas de medicina e, especificamente nos cursos de anatomia, de cadáveres para estudo dos alunos. A Revista VEJA em junho de 2012 publicou um artigo sobre o assunto. Informa que algumas escolas estão utilizando bonecos de plástico, mas alguns professores se recusam a dar aulas que não sejam com cadáveres humanos. Informa ainda a revista que a Universidade de São Paulo, a maior do país, em 2011, havia recebido apenas quinze corpos, treze deles não reclamados pela família e apenas dois doados em vida Traz a revista o belo testemunho de uma senhora gaúcha, que diz: “Meu corpo não servirá para nada depois que eu morrer. Com a doação, estarei ajudando futuros médicos que salvarão vidas.”
A doação gratuita de órgãos ou do corpo inteiro post mortem no Brasil está regulamentada pela lei 9434, de 4 de fevereiro de 1997. O doador deve fazer a escritura pública em cartório, com duas testemunhas.
Na Congregação Salesiana, há o belo exemplo do Padre Olímpio Gabriel Martins Ferreira, ordenado sacerdote na turma de 8 de dezembro de 1954, na Catedral de São Paulo, e falecido em 2 de janeiro de 2006 em Belo Horizonte. Pe. Olímpio, bisneto do Barão de Ingaí, neto do fundador do Banco da Lavoura de Minas, depois Banco Real, e filho de médico e pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz, doou seu corpo, após a morte, à Universidade Católica de Minas Gerais. Seus irmãos de Congregação cumpriram cuidadosamente seu desejo.
Cremar ou doar – qual a melhor opção?