A devoção ao Coração de
Jesus é do domínio da história e da teologia.
É fato histórico e verdade teológica. Antes de S. Margarida Maria Alacoque (22/07/1647
– 16/10/1690) e S. João Eudes (1602-1668), houve quem tivesse e propagasse a
devoção ao Coração de Jesus : S.Bernardo, S. Gertrudes, S. Mectildes. O próprio
S. Agostinho (†430) tem belíssima reflexão sobre a transfixação do
Coração de Jesus pela lança do centurião romano.
Porém o culto que se tornou público do
Coração de Jesus e que foi admitido oficialmente pela Igreja tem sua origem nas
revelações de S. Margarida Maria Alacoque no fim do século 17.
Motivo deste culto, diz o P. Garrigou
Lagrange, é a excelência da caridade de Cristo e a excelência de seu coração
físico, orgânico, o qual é digno de adoração porque é coração da Pessoa Divina
que é o Verbo feito carne e porque é símbolo de seu amor. Não se pode separar o
coração da pessoa de Jesus. O objeto da
nossa devoção é a mesma Pessoa divina que se manifesta no amor e no seu símbolo
que é o coração.
Objeto próprio desta devoção – diz oP.Bainvel
- é o coração de carne, emblema do infinito amor de Jesus. Portanto nem o
coração só, nem só o amor de Jesus. Mas o coração, como símbolo e expressão do
infinito amor de Jesus por nós. Mostrando a S.Margarida Maria o seu peito
aberto, disse Jesus: “Eis o coração que tanto tem amado os homens e que não se poupou até à morte em demonstrar-lhe todo s/ imenso amor.”
Aí
estão os dois elementos que constituem a devoção ao Coração de Jesus como é praticada hoje na Igreja:
- o elemento sensível – o coração
de Jesus;
- o
elemento espiritual – o infinito amor de Jesus por nós, do qual é símbolo e expressão o coração.
Os dois
elemento, o coração amante e o amor do coração, são essenciais nesta devoção
como a alma e o corpo são essenciais no homem e constituem um só homem.
A
devoção ao Coração de Jesus é a devoção do amor de Jesus por nós; amor com que
nos amou como homem e o amor com que nos ama como Deus.
Por isso, essa devoção se compraz em
estudar e meditar esse amor liberal e generoso em todos os seus benefícios,
detendo-se especialmente em duas de suas maiores manifestações, depois de sua
Encarnação, depois de se fazer homem como nós. São elas: a Paixão e a
Eucaristia. Comenta o Pe. Croiset: “Objeto particular da devoção ao Coração de
Jesus é o amor imenso do Filho de Deus
por nós, que o fez entregar-se à morte pela nossa salvação e dar-se como
alimento para nossa alma no SS. Sacramento do Altar.
Consequência para nossa vida cristã: é
ser todo de Jesus para sentir o que Ele
sente, para amar o que Ele ama, apropriar-se de seus sentimentos de amor,
oferecer a Deus uma vida de reparação e de amor.
Mas a grande lição do Coração de Jesus nós
encontramos nos dois textos bíblicos da liturgia da festa do Sagrado Coração de
Jesus:
1 Jo 4,16: “Deus é
Amor, quem permanece no amor, permanece em Deus e Deus permanece nele.”
Mt 11,20 : “Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração e encontrareis
descanso.”
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