Não
são raros santos reis e rainhas, lembrados no calendário litúrgico da Igreja.
Portugal venera com especial devoção sua “Santa Rainha”, como é chamada S.
Isabel de Portugal, comemorada a 4 de julho. Temos com grande realce S. Luiz
IX, rei da França, neste 25 de agosto. Certo historiador comentava, com uma
ponta de ironia, que a “realeza francesa havia chegado a uma tal perfeição, que
podia dar-se ao luxo de ter um santo como monarca”. Infelizmente, após Luiz XV,
as coisas mudaram muito até a Revolução Francesa (1789), e as cabeças coroadas
rolaram sob a lâmina da guilhotina. Além de Santa Isabel da Hungria, 17 de novembro, tivemos no dia 16 deste mês
Santo Estêvão, também da Hungria. Sobre ele, sabemos que foi coroado rei da
Hungria no ano 1000. Falecido em 1038, é chamado o “rei apostólico da Hungria”.
Exerceu o cargo, dizem as crônicas, com sabedoria e empenho. Consagrou o reino
à Virgem Maria, que ele chamava “a Grande Senhora”. Praticou com especial
esmero a justiça para com os pobres, a quem ele pessoalmente evangelizava.
Valioso presente enviou-me nesses
dias meu amigo Dom Valério Breda. É a nova Constituição do Estado Húngaro, que
contem algumas expressões dignas de nota, nesta hora em que a Europa esquece
suas autênticas origens cristãs.
A Lei
Fundamental da Hungria, aprovada em 25 de abril de 2011, começa dizendo: “Deus
abençoe os húngaros!” E no início da Profissão Nacional, afirma com clareza e
convicção: “Nós, membros da Nação húngara, no início deste novo milênio,
proclamamos o seguinte: Somos orgulhosos que o nosso Rei Santo Estêvão tenha
construído o estado húngaro sobre sólidas bases e o tenha feito parte da Europa
cristã, há mil anos atrás. Reconhecemos o papel do cristianismo em haver
preservado a nação. Apreciamos as várias tradições religiosas de nosso país e
prometemos preservar a unidade intelectual e espiritual de nossa nação,
dilacerada pelas tempestades do século passado.” E mais adiante: “Consideramos
que a família e a nação constituem a estrutura principal da nossa convivência e
que os valores fundamentais de coesão sejam a fidelidade, a fé e o amor.”
Fica assim explicado por que os
eurocratas, que no Tratado de Lisboa conseguiram eliminar qualquer referência
às raízes cristãs da Europa, agora persigam a Hungria pela sua destemida
declaração das origens cristãs do continente, que no século 16 foi o
evangelizador do Novo Mundo e hoje está totalmente descristianizado.
Esta é uma boa lição para a
Europa...
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