A Senhora do sonho
dos nove anos recomendara a Joãozinho
Bosco que se tornasse “humilde, forte e robusto”. Sua terra natal, sua condição
de camponês, trabalhador da terra, a vida austera na atividade do campo lhe asseguravam
robustez, própria de sua condição. É bom
notar que absolutamente, sua situação social não era de extrema pobreza, pelo
que seu pai deixara em testamento (Braido, vol. 1, pg. 113).
Assim crescera João Bosco na
sobriedade e na austeridade dos campos de Castelnuovo d`Asti no Piemonte, norte
da Itália, “forte e robusto” como lhe dissera a Virgem do sonho.
Dom Lemoyne, seu biógrafo, fala de “malferma
salute” (saúde precária) de João Bosco quando seminarista. Mas ele mesmo narra
fato extraordinário, contrariando
tal afirmação.. Em 1840, após um mês de cama, com insônia contínua e absoluta
inapetência, o seminarista Bosco foi desenganado pelos médicos. Mamãe
Margarida, sem nada saber, foi visitá-lo e levou-lhe um grande pão de
fabricação doméstica e uma garrafa do
generoso vinho das colinas de Asti . Encontrando-o assim enfermo, queria levar
de volta o alimento e a bebida que trouxera, por achá-los ambos absolutamente
inconvenientes ao seu estado de saúde. Ele, porém, suplicou à mãe que deixasse
tudo ali, à sua cabeceira. Quando a mãe saiu,
começou a provar um pouco do vinho e uns pedaços do pão. A seguir, comeu
o pão todo e bebeu toda a garrafa de vinho. Entrou em profundo sono, que durou uma noite e dois
dias seguidos. Os superiores do Seminário consideravam aquele sono precursor da
morte. Mas João, ao acordar, ante o
estupor de todos, estava completamente
curado e retomou de imediato suas atividades ordinárias de estudante
seminarista. (MB vol. I, pg. 482)
Na instalação definitiva do Oratório, no prado de Valdocco, periferia de
Turim, em 1846, Dom Bosco sofreu forte crise de estafa, que o levou às portas
da morte. Após período de repouso e vida nos campos da terrinha natal, voltou
com sua Mãe para Turim, onde retomou com vigor o iniciado trabalho em favor dos
jovens abandonados ou empregados nas construções, que perambulavam sem rumo
pela capital do Piemonte.
O volume IX de suas Memórias
biográficas (são 20 ao todo, incluindo o Índice Geral) a páginas 945, fala de
uma estranha doença de Dom Bosco, com a dilatação de sua calota craniana, por
volta do ano 1870, após seis meses de
contínua dor de cabeça. No início do ano letivo de 1871, portanto em outubro,
em Varazze, onde fora em visita aos alunos, contraiu grave enfermidade na pele
que o reteve naquele colégio, recém-inaugurado, só voltando a Turim na metade
de janeiro do ano seguinte (MB X, pgs. 227-312)
Também
em 1884, portanto a menos de quatro anos antes de sua morte, os médicos
constataram um desvio de sua costela externa (MB IX pgs. 945)
Conta-se
ainda que, no fim da vida, os médicos declararam que sua doença, não era outra,
a não ser um total esgotamento de suas forças físicas, comparando-o a um
tecido, que se esgarça pelo uso excessivo e prolongado.
É o que sabemos das fontes
seguras da biografia de nosso Pai, Dom Bosco, “humilde, forte e robusto” como
lhe dissera nos albores da existência,
Aquela “que tudo fez”.
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